De tudo restou o silêncio, meio copo de amargura e dois de
solidão.
De tudo restou nada.
E eu ainda danço quando ouço todas as músicas que ouvíamos na
escuridão do quarto. Minha silhueta em um rebolado na parede e você a me
observar em silêncio, quieto, parado com sua respiração acelerada e seus olhos
em minha direção.
E eu ainda digo todas as coisas que ensinamos as paredes do
quarto.
E eu ainda fumo cigarros às escondidas.
E eu ainda bebo tudo aquilo que me ensinou a beber.
E eu ainda danço.
E eu ainda te quero. E eu ainda danço.
E eu...
E o quarto...
E minhas pernas ainda se contorcem. E da solitude que me
restou eu agora te vejo.