Dez anos atrás eu estava enfrentando meus piores demônios. Lutando pra sobreviver.
Aquela guerra eu venci e ela moldou quem sou hoje, quem fui me tornando ao longo dos anos e quem enxergo no espelho, mas de tempos em tempos uma dor psíquica quase como física me atravessa no meio e perco o eixo, perco a fé, perco o caminho.
Chorei hoje e não sei o motivo. Talvez por eu ser criatura intensa demais, louca demais e fora do eixo demais.
Amanhã é meu aniversário de novo e eu quase nunca estou feliz nessa data porque me cobro demais e sinto que falhei em quase tudo. Sinto essa falha me atropelar absurdamente nessa data, como se fazer aniversário fosse uma lembrança de mais um ano jogado no lixo sendo quem eu ainda não sou e provavelmente nunca serei.
Estava tudo bem ontem, mas hoje a letargia, a tristeza me pegaram de jeito e venceram essa batalha.
Eu tô tão cansada. Não tem um pingo de otimismo restante aqui hoje.
Não quero ser eu.
Hoje não.
domingo, 26 de julho de 2020
quarta-feira, 15 de julho de 2020
me vejo.
me vejo
E talvez por me ver demais e tão detalhadamente não gosto de tudo. Não é o bastante. Ainda falta.
É julho outra vez, inferno. Dessa vez tudo está diferente de um jeito não muito agradável.
me vejo
E talvez por me ver demais eu já esteja cansada de mim, de todo conhecimento que tenho sobre mim, das minhas manias, das discordâncias que minha mente me leva, da ininterrupta montanha russa de intensidade em pessoas, lugares e gostos. As vezes cansa demais porque não me entendo até o fim. Não é o bastante. Ainda falta.
muito.
Por vezes me separo de mim mesma e me avalio, me observo e não compreendo tudo. Porque anseio e desejo tanto algo e por que não tenho vontade de lutar por esse algo? Por um sonho? Quando me avalio de fora me julgo criatura medonha, desprezível e preguiçosa demais. A mesmice sempre me assombrou demais e me enlouqueceu uma vez, mas agora que estou acomodada na fileira do teatro que assiste minha vida passar, eu só assisto e esboço reação quando é necessário.
Eu me vejo demais e aprendi a amar tanto de mim externamente, mas esse olhar, esse enxergar não alcança meu âmago por inteiro. Não me revira do avesso e preenche as lacunas que sinto escapar pelos dedos quando tento me visualizar intimamente.
Não sinto vontade de muita coisa dias e dias a fio. Alguns poderiam julgar que tenha algo errado em ser assim, mas talvez isso seja um traço da minha personalidade, não? Esse distanciamento da criatura que sou. Essa visão de cima, de fora, esse julgamento duro que executo de tempos em tempos.
me vejo. demais. pra caralho.
E dói. Dói não ser ainda quem eu sei que eu poderia já ser.
Dói pensar que, talvez, não entenderei tudo que sou. Ou deveria ser.
E talvez por me ver demais e tão detalhadamente não gosto de tudo. Não é o bastante. Ainda falta.
É julho outra vez, inferno. Dessa vez tudo está diferente de um jeito não muito agradável.
me vejo
E talvez por me ver demais eu já esteja cansada de mim, de todo conhecimento que tenho sobre mim, das minhas manias, das discordâncias que minha mente me leva, da ininterrupta montanha russa de intensidade em pessoas, lugares e gostos. As vezes cansa demais porque não me entendo até o fim. Não é o bastante. Ainda falta.
muito.
Por vezes me separo de mim mesma e me avalio, me observo e não compreendo tudo. Porque anseio e desejo tanto algo e por que não tenho vontade de lutar por esse algo? Por um sonho? Quando me avalio de fora me julgo criatura medonha, desprezível e preguiçosa demais. A mesmice sempre me assombrou demais e me enlouqueceu uma vez, mas agora que estou acomodada na fileira do teatro que assiste minha vida passar, eu só assisto e esboço reação quando é necessário.
Eu me vejo demais e aprendi a amar tanto de mim externamente, mas esse olhar, esse enxergar não alcança meu âmago por inteiro. Não me revira do avesso e preenche as lacunas que sinto escapar pelos dedos quando tento me visualizar intimamente.
Não sinto vontade de muita coisa dias e dias a fio. Alguns poderiam julgar que tenha algo errado em ser assim, mas talvez isso seja um traço da minha personalidade, não? Esse distanciamento da criatura que sou. Essa visão de cima, de fora, esse julgamento duro que executo de tempos em tempos.
me vejo. demais. pra caralho.
E dói. Dói não ser ainda quem eu sei que eu poderia já ser.
Dói pensar que, talvez, não entenderei tudo que sou. Ou deveria ser.
Assinar:
Postagens (Atom)