Poxa, menina!

Que ano meus amigos.
Que ano!
Desfiz tudo
Emprego
Namoro

Já era.

A sanidade ainda continua aqui, mas por quanto tempo?
Não sei, continuo me perguntando isso todo dia quando acordo.

Se amanhã ainda serei eu. A mesma de ontem, com noção de realidade, com vontade, com essa esperança.

Eu queria estar aproveitando minha vida em algum lugar remoto do mediterrâneo, lendo um bom livro enquanto oscilo entre um vinho e uma paisagem fenomenal a minha frente. Após uma noite de sexo com algum cara maravilhoso.

Eu chorei. Não vou mentir.
Choro quando lembro-me dos anos perdidos naquele lugar, choro quando lembro da vontade de ter feito algo com essa juventude toda, mas agora parece tarde demais. Poxa, menina! Que droga.

As vezes me pego em completa carência absoluta. De carinho, de afeto, de palavras de boa noite. Esse corpo jovem também não me da sossego, vive em completa erupção dia sim, outro não.
Então, como sou essa especie rara que não sai de casa, me pego buscando aconchegos em amores rasos demais; afinal estranhamente perdi a expertise para me entregar por inteira, fico somente na superfície do que poderia ser e fujo quando parece estar indo longe demais.

Eu só queria passar horas conversando como antigamente fazia na adolescência. Isso algum dia volta?

Poxa, menina!

Sento aqui, escrevo um pouco. Acho descartável demais. Me entristeço. Enlouqueço.

Eu gostava mais de mim quando eu parecia ter coração de pedra. Sinto falta dessa menina. Agora sou mole, me derreto e espero qualquer contato humano para me sentir viva por míseros segundos.


O errado parece certo.

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