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Ela não pode ficar em silêncio. Não pode se deixar ficar quieta, pois tem medo de até onde sua mente pode chegar. Tem medo. Medo do silêncio. Medo de ouvir sua mente, medo do quieto, do calado, do mundo, da solidão abrupta que pode tomar-lhe nos braços e roubar-lhe a esperança.

Se entrega em amores baratos, pequenas demonstrações de afeto que possa lembrar; ela, a menina, a mulher que ainda é humana, que pode interagir, que pode agir. Embora, o medo esteja lá esperando para entrar, esperando a poeira baixar e não houver mais nada que ela possa fazer para fugir.

Ela chegou na metade. Na metade de alguma idade, perto de outra idade. Assusta-lhe o correr dos dias, das horas, dos anos. Rápido, está tudo rápido demais, não? Não há mais controle sobre nada. Sobre coisa alguma.

A música toca de novo. Dormir. Existir. Interagir. Filmes sem propósito aqui e acolá, qualquer coisa que te leve pra longe, tire a realidade dos dias, a monotonia, a ensurdecedora vontade de gritar. Qualquer experiencia nova que ocorra, a ela, a menina, a mulher; é aceita, sem hesitação. O que se tornou? Como chegou até esse ponto definitivo da sua vida?




she lost control now playing

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